terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A ADMINISTRAÇÃO II



A conceitualização da Administração como disciplina de natureza científica, teve seus fundamentos enunciados e sustentados nos estudos e pesquisas realizados por dois dos maiores expoentes da corrente denominada, precisamente, como Administração Científica, Frederick Winslow Taylor e Henry Fayol.
Taylor nascido em 1856, em Filadélfia, Pensilvânia, USA, era formado em engenharia mecânica e teve uma intensa vida profissional trabalhando em muitas empresas de diferentes ramos, nas mais diversas funciones, cumprindo desde tarefas como aprendiz no “chão da fábrica” até cargos de nível diretivo, gerencial. Com essa rica experiência Taylor teve a oportunidade de estudar e analisar o funcionamento do trabalho nas fábricas, com preocupação voltada para conceitos tais como planejamento, eficiência, produtividade, desenvolvimento de pessoal e outros, com vistas à obtenção dos melhores resultados e lucros para a empresa.
Em seu Principles of Scientific Management (1911), Taylor enuncia os cinco princípios básicos que constituem os alicerces de sua conceição teórica sobre a administração:
Substituição dos métodos empíricos e improvisados (rule-of-thumb method) por métodos científicos e testados (planejamento).
Todo e qualquer trabalho necessita de um estudo prévio para a determinação dos objetivos que se pretende alcançar a través de metodologia própria e visando sempre o máximo de eficiência e o desenvolvimento da empresa.
Seleção dos trabalhadores por suas melhores aptidões, submetendo-os a um processo rigoroso de adaptação e treinamento para cada cargo, função e operação (seleção e capacitação).
Estabelecimento de uma definição exaustiva, detalhada, das funções e operações a serem executadas nos diferentes processos de produção visando procurar, selecionar e contratar o trabalhador mais apropriado para a sua execução. Em relação ao desenvolvimento de pessoal e seus resultados, é necessário produzir instruções e orientações detalhadas aos trabalhadores, através de um processo sistemático de treinamento, com o qual haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade.
Supervisão da execução do trabalho com o fim de garantir que está sendo executado de acordo às definições e padrões estabelecidos (controle operacional).
Incluindo a supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases de um trabalho devem ser acompanhadas de modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades com as instruções programadas. Estas instruções programadas devem, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados
Organização do trabalho de tal forma que o trabalhador execute somente uma etapa do processo de montagem do produto (divisão do trabalho e singularização das funções).
Estabelecimento de um clima e ambiente de coparticipação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletirá em menores custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de produtividade.
Isso inclui a implantação de um sistema de pagamento por quantidade (ou por peça) produzida. Os rendimentos dos funcionários aumentam de acordo com seu esforço e eficiência.
E foi com toda essa filosofia e com todo esse conjunto de princípios básicos, práticos, sobre o processo produtivo no âmbito das fábricas e negócios de seu tempo, que Frederick Winslow Taylor construiu as bases de todo o que agora se conhece como fundamento da ciência da Administração de Empresas até os tempos atuais.
“ Frederick W. Taylor foi o primeiro homem na história a considerar o trabalho digno de estudo e observação sistemática. Na “administração científica” de Taylor reside, sobretudo, o enorme aumento da riqueza nos últimos 75 anos que impulsionou as massas trabalhadoras nos países desenvolvidos bem acima de qualquer nível antes registrado, até para os mais prósperos. No entanto, Taylor, como um Isaac Newton ( ou talvez um Arquímedes) da ciência do trabalho, deixou apenas as primeiras fundações. Pouco tem sido acrescentado a elas desde então – embora ele esteja morto há sessenta anos”

Peter Drucker