domingo, 22 de julho de 2018

A GESTÃO EMPRESARIAL




 A GESTÃO EMPRESARIAL

A gestão, de cunho empresarial, se entende em contraposição à gestão pública, a qual, entre outras coisas, é caraterizada pela morosidade no atendimento, o formalismo, a normalização excessiva, a papelada e o trâmite sem fim.

Neste aspecto, a criação de entidades com “autonomia administrativa, econômica e financeira”, foi o caminho escolhido, nos diferentes países, para dar solução a problemas institucionais relacionados com as enormes carências no campo, principalmente, dos serviços públicos. Pretendia-se assim, dar maior agilidade na tomada de decisões, eliminar ou diminuir os milhares de controle e trâmites, bem como fugir, da imensa quantidade de leis, regulamentos, estatutos e outros instrumentos próprios do setor burocrático, no âmbito do poder central.

Por outro lado, procurava-se também, promover a gestão profissional, ágil e técnica, na condução dos negócios dessas instituições, evitando a influência política e o corporativismo estatal.

O conceito de Gestão Empresarial, está intimamente vinculado a um conjunto de valores que caracterizam um determinado comportamento ou desempenho, principalmente, de seu corpo gerencial, na condução dos negócios e ação administrativa.
São valores empresariais:

Ø A Eficiência
Ø A Eficácia
Ø A Efetividade / Qualidade
Ø A Produtividade
Ø A Competitividade

As definições a seguir, facilitam a compreensão e o sentido dos conceitos mencionados.

Ø A Eficiência tem a ver com os processos, procedimentos, rotinas, a forma de fazer bem e corretamente as coisas, a maximização da utilização do tempo e dos recursos.

Ø A Eficácia, é o resultado da decisão acertada, a orientação, a direção efetiva das ações, planos e programas, no alcance dos objetivos da empresa. A eficácia, entre outros aspectos, diz respeito ou depende da “estratégia” a ser seguida quanto ao uso do tempo, a alocação dos recursos, enfim, a definição do objetivo, produto ou resultado a ser obtido.

Ø A Efetividade / Qualidade, diz respeito ao resultado que se pretende alcançar na correlação produto-cliente. Em outras palavras, é o critério através do qual, se avalia se o produto atende ou não, as expectativas do cliente, em termos de qualidade e preço.

Ø A Produtividade, constitui o resultado ou a integração dos três conceitos anteriores. Pode ser representada pelos enunciados seguintes:

·        Obtenção de maior quantidade de produto, sem aumento de recursos
·        Obtenção da mesma quantidade, com recursos menores
·        Obtenção de maior quantidade com maiores recursos

A Produtividade, inclusive, vem sendo apontada como a grande responsável pela “nova economia”, onde o conhecimento, a tecnologia e a informação vem produzindo resultados cada vez maiores e melhores, com maior rapidez, com menores custos e sem desperdiço.

Ø A Competitividade, é um valor empresarial, mas, sem dúvida, é também uma “motivação”. A competitividade impulsiona a empresa a ser “cada vez melhor”, no caso, apresentando um produto ou serviço de melhor qualidade que o dos concorrentes, mas também em relação com o aperfeiçoamento permanente de seus processos, com vistas à obtenção de um produto cada vez melhor.

Esses princípios devem nortear o exercício da gestão das empresas, já sejam públicas ou privadas, para garantir seu êxito e, em muitos casos, a sua sobrevivência.

Para tanto, e num sentido mais amplo, se trata de implantar e manter, nas entidades responsáveis pela exploração dos negócios e serviços, uma política ou atitude de mudança, caraterizada pelos seguintes objetivos:

Ø Introduzir na organização e negocio, a cultura da mudança, de forma permanente e global
Ø Incrementar a eficiência e a eficácia da empresa em função de objetivos, resultados e metas quantificáveis.
Ø Incorporar na cultura gerencial e da organização, o espirito de equipe, em contraposição ao individualista, através de da compreensão da empresa como um sistema, formado por elementos e componentes interativos, na procura de objetivos comuns.

As caraterísticas mais importantes do processo de Desenvolvimento Institucional, agora o termo mais na moda é o de Inovação, são:

Ø É um processo dinâmico e permanente, porque se refere à adequação constante da empresa às condições e exigências e mudanças do seu entorno.
Ø É um exercício, essencialmente, de planejamento e não improvisado, porque não é possível, nem conveniente, procurar soluções de todos os problemas de uma só vez e de forma imediata, como se não existisse escala de prioridades ou escassez de recursos.
Ø É um processo global e integrador, porque deve abranger a empresa como um todo e não unicamente um setor, processo ou procedimento.
Ø É um processo que atua de forma global e simultânea, sobre os sistemas empresariais e técnicos, sobre sua estrutura organizacional e, sobretudo, nos recursos humanos visando a compatibilização destes entre si e com os objetivos e metas da empresa.
Ø É um processo dirigido de “cima para baixo”, desde os escalões mais altos da empresa, com dirigentes participantes e comprometidos com os resultados.

De outro ângulo e, em relação com o tema abordado, Peter Drucker[i] nos expressa:

“A inovação é o melhor meio para se preservar e perpetuar a organização, é o alicerce para a segurança e o sucesso no desempenho de cada gestão”. E recomenda:

Ø O abandono sistemático de tudo que estiver desgastado, obsoleto, improdutivo, bem como erros e esforços mal direcionados.

Ø Enfrentar o fato de que todos os atuais produtos, serviços, mercados, canais de distribuição, processos e tecnologias têm vida limitada, habitualmente curta.

Ø Fazer o raio-X da empresa para descobrir o quanto de inovação é requerido, em quais áreas, dentro de quais prazos

Ø Formular um plano empreendedor, com objetivos para a inovação e prazos-limite.


Próximo: Mais sobre Gestão Empresarial - Inovação




[i] DRUCKER, Peter F. – Inovação e Espírito Empreendedor, práticas e princípios.
7ª. Ed. São Paulo, Editora Cengage Learning, 2008


sábado, 21 de julho de 2018

PRINCIPIOS E VALORES



Definitivamente, um bom sistema de informações, tanto geral como gerencial, é garantia de um bom planejamento e de uma boa gestão, empresarial e institucional, tanto no setor público como no privado, condições necessárias para o atingimento dos objetivos almejados.

Na realidade, não fazemos aqui, nenhuma diferença entre o significado da atividade e ação administrativa, ou de gestão, nos campos público e privado. Mas, reconhecemos que existe nos nossos países, de uma maneira geral e, principalmente, no âmbito corporativo, no seio das empresas do setor público, a tendência a considerar que, sendo estatal, uma entidade está condenada a operar no vermelho. Isto, sem levar em conta que, afinal, a sua ineficiência operacional, é sustentada através de impostos, contribuições e tarifas onerosas e injustas para a população, ademais de demandar subsídios permanentes dos governos centrais, o que compromete a saúde fiscal e financeira do resto da administração pública. Em soma, o caos administrativo.

Sobre todos estes aspectos incluímos, a seguir, alguns textos do Manual de Desenvolvimento Institucional, elaborado por este Consultor, parte de um conjunto de documentos sobre Gestão de Serviços de Saneamento, sob o patrocínio do Environmental Export Council – EEC, contando com o apoio da USAID. Junho, 2000.

As empresas responsáveis pelo saneamento nos países da Região da América Latina, foram criadas durante os anos 60, como resultado do programa Aliança para o Progresso criado pelos EUA, com a finalidade de desenvolver um plano de investimentos de longo alcance, dirigido a impulsionar a melhoria das condições de vida das populações destes países.

Os limitados resultados que vinham sendo obtidos no campo do saneamento básico nos países da Região, davam uma clara demonstração da precariedade do modelo utilizado e, principalmente, da fraqueza da estratégia em execução naquela época, já que, sem sombra de dúvida, pelos caminhos traçados, a demora para alcançar níveis e índices de cobertura dos serviços, compatíveis com padrões internacionalmente aceitos, ultrapassavam qualquer capacidade de previsão e de planejamento.

De tal forma que, contando com os recursos provenientes da Aliança para o Progresso, a estratégia de aplicação de recursos e de desenvolvimento de esforços no campo do saneamento ambiental, mudou radicalmente.

As caraterísticas mais importantes do novo modelo institucional para o setor, foram:

Ø A criação de uma instituição central, com autonomia técnica, administrativa, econômica e financeira única responsável pela implementação de planos, programas e projetos de saneamento, com capacidade, entre outras coisas, de assumir compromissos financeiros perante organismos nacionais e internacionais de crédito.

Ø  A transferência de toda atribuição legal pela exploração dos serviços para esta instituição.

Ø A criação de um Fundo Rotativo, mecanismo permanente para o financiamento dos planos, projetos e funcionamento administrativo das empresas criadas, operador dos recursos externos e internos a serem aplicados.

Procurava-se dessa forma, dar a gestão do saneamento um caráter “empresarial”, capaz de trabalhar com princípios e valores relacionados com os conceitos de eficiência, eficácia e produtividade, procurando sempre no desenvolvimento de seus planos, projetos e gestão em geral, a aplicação de critérios de viabilidade econômica, financeira e institucional.

Próximo: A Gestão Empresarial...O que entendemos

sexta-feira, 13 de julho de 2018

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL - SIG II



Tipos de Informação 

Definir o conteúdo, escopo e tipo das informações que conformarão um Sistema de Informações Gerenciais- SIG – de uma empresa, não é uma tarefa fácil. A sua definição e montagem, requer um amplo, profundo e detalhado análise de seus sistemas, subsistemas, estruturas e recursos, a partir dos objetivos gerais estabelecidos.

O Modelos do SATECIA, especificamente, o correspondente ao sistema de informações, estão baseados em experiencias sólidas nacionais e internacionais, e representaram um excelente ponto de partida, para uma empresa de saneamento, estabelecer seu próprio modelo.

A seguir, apresentamos os conceitos e elementos básicos do Modelo do Sistema de Informações Gerenciais – SIG, que fundamentam a sua aplicação prática, bem como dos instrumentos utilizados para tanto.

Tipos de Informação

Existem os seguintes tipos de informação:

Informações Básicas

As informações de base, são dados provenientes de transações operacionais e funcionais que, mediante um processamento inicial, são utilizados para produzir relatórios tecnicamente organizados e classificados, que visam dar uma visão geral sobre o estado em que se encontram os elementos componentes de sistemas e subsistemas da empresa, num determinado momento, incluindo as modificações havidas durante um período.

As informações básicas, por outro lado, podem referir-se a uma parte de um sistema ou a sua totalidade. Um exemplo destas podemos observara-la no caso do Sistema Comercial, donde relatórios específicos, podem conter e reunir dados sobre ligações por localidade, por nível regional ou da empresa como um todo.

Índices de gestão

Os índices de gestão, são parâmetros estabelecidos para medir os resultados da gestão da empresa, conforme definições do planejamento, através do orçamento, que constitui o plano de ação de curto prazo.

Estes índices devem representar uma situação, um fato ou uma mudança, produzidos pelas decisões e ações realizadas durante o exercício da gestão administrativa e operacional, com vistas ao atingimento das metas estabelecidas. Em outras palavras, são previsões sobre os resultados a serem alcançados e atingidos num determinado espaço de tempo.

Os índices de desempenho devem mostrar, de forma mensurável, o produto a ser obtido através da gestão e não as atividades a serem realizadas. Devem referir-se a mudanças da realidade e, insistimos, estar em consonância com os objetivos da empresa.

No processo de planejamento, estes índices expressam parâmetros básicos para a formulação do orçamento, incluindo metas a serem alcançadas. Na fase de controle, por outro lado, permitem avaliar os resultados e orientar as ações e medidas necessárias para corrigir os desvios ou até modificar os parâmetros e metas estabelecidas.

Relatórios de Situação e Desempenho

As informações básicas ou de indicadores, são relações entre dados numéricos, que não permitem por si só, avaliar as relações existentes entre ambos dados, de forma individualizada, nem captar situações ou desempenhos produzidos por diversos fatos e modificações acontecidos, num determinado período, como consequência de atividades realizadas.

Por conseguinte, é conveniente reunir este tipo de informação, em relatórios consolidados que permitam a análise de conjunto e a visão global de uma situação, num determinado momento.

Este tipo de relatório, sem dúvida, são considerados os mais adequados para servir de base de informação para os níveis gerenciais da empresa.

Relatórios de Acompanhamento de Resultados

Os Relatórios de Acompanhamento de Resultados apresentam o controle da gestão da empresa, do ponto de vista do orçamento.

É um relatório de muita utilidade para acompanhar o cumprimento das metas físicas, financeiras e outras, estabelecidas no orçamento para o ano. Constitui um excelente instrumento, ademais, para analisar, avaliar e determinar, já seja, mudanças de rumo no campo dos programas, ações e decisões, bem como das próprias metas estabelecidas.

Fluxos da Informação

Os fluxos de informação acontecem de baixo para cima e vice-versa.
No sentido descendente, a informação está representada pelos planos de ação de cada um dos níveis, os quais são expressos em metas, objetivos, normas, procedimentos e elementos de medida dos resultados.

No setor de saneamento, a primeira informação deste tipo se encontrou no Plano Nacional de Saneamento – PLANASA, do qual se derivou o Plano Global – EVG – das empresas. A seguir, seriam formulados planos setoriais, para cada um dos sistemas organizacionais (Operacional, Comercial, Financeiro e Administrativos de Apoio); e, finalmente, seriam estabelecidos os planos ate o nível mais baixo de operações e transações e de realização das tarefas.

No sentido ascendente, a informação inicial se origina nos diversos arquivos e vá-se transformando, através dos processos estabelecidos, em informações básicas, indicadores de gestão, relatórios de desempenho e de acompanhamento, etc., para ser utilizados pelos diferentes níveis gerenciais, desde o sistema local, de região, de sistema organizacional até a mais alta direção.

As figuras seguintes representam as diferentes fases de funcionamento do sistema.



Nas figuras acima, é importante destacar a correlação intima existente, entre as funções básicas (e classicas) da atividade administrativa de una empresa, isto é, de Planejamento, Organização, Coordinação, Execução e Controle, com o sistema de informações, sem cujo concurso, não há como, ou não existe, a possibilidade de um organismo corporativo cumplir, acertada ou satisfatoriamente, com os seus objetivos. 

Como mencionamos em algum momento anteriormente, as empresas de saneamento que pesquisamos através de nossa ação, em praticamente todos os países de AL, apresentavam um sistema de informações completamente desorganizado. Existia, ao interior de cada área ou conjunto de unidades tecnicas e administrativas de um mesmo sistema ou subsistema, uma estrutura de comunicação mais ou menos eficiente, mas, em geral, em nível de empresa, existía uma departamentalização excessiva, constituíndo-se em verdaderos castelos burocráticos, com uma comunicação em nível sofrível, entre eles e os demais setores da estrutura organizacional. 

Finalmente, as companhias de saneamento não trabalhabam em função de objetivos e, por conta disso, não utilizaban recursos de indicadores de desempenho e resultados, no ânbito de cada sistema. Dessa forma, se tornaram organismos rígidos, anquilosados, atendendo o dia a dia, sem visão de um futuro, em termos de obter indices de eficiencia, cada dia melhores, em termos de qualidade na prestação de serviços para a população, conforme parâmetros internacionalmente reconhecidos. Próximo post: Esquemas gráficos de sistemas de informação em nível de alguns dos sistemas organizacionais.






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quarta-feira, 11 de julho de 2018



Sistema de Informação Gerencial

Um Sistema de Informação Gerencial pode ser definido como sendo "o processo que engloba, articula e integra todos os sistemas e subsistemas organizacionais da empresa.

Seu objetivo, é planejar, organizar e manter uma estrutura administrativa e tecnológica eficiente, com vistas à produção das informações necessárias para a sustentação dos processos de tomada de decisões, bem como da execução das correspondentes ações operacionais, em todos os níveis da organização.


O diagrama em forma de pirâmide, simboliza o afunilamento existente no fluxo de informações entre os sistemas administrativos e técnicos da empresa, com diferentes graus de agregação, desde o nível de transações e de coleta de dados na base das operações (chão de fábrica), até o mais alto nível de decisões da organização (alta direção).

Nele, identificados 4 níveis operacionais e funcionais de uma empresa, onde cada nível de decisão requer um diferente grau de agregação da informação.
No contexto descrito, se entende que, para uma decisão classificada como tática, por exemplo, não é necessário produzir um relatório extenso contendo dados sobre o faturamento mensal de cada um dos usuários dos serviços, precisando-se apenas, analisar um resumo dessa informação, detalhado por localidade.

Os subsistemas de decisão são:

Ø De Transações

Ø De Controle Operacional

Ø De Controle Gerencial

Ø De Controle Estratégico

Estes níveis decisórios correspondem às funções de planejamento nos campos das transações, operacional, tático e estratégico.

Quanto às funções organizacionais, são aquelas necessárias para o funcionamento da empresa distribuídas, segundo a versão sistêmica do SATECIA, nos Sistemas de Planejamento, Operacional, Comercial, Financeira e Administrativos de Apoio.

Processos do Sistema de Informação Gerencial - SIG

No sistema de Informação, a entrada de dados e a saída de informação se realiza através de diversos processos, explicados a seguir:

Coleta de Dados

A coleta de dados se ocupa de captar e registrar dados referentes a acontecimentos que afetam a organização e seu entorno. A função de coleta, atua como elemento sensorial da organização. (J. C. Emery – 1970).

Os dados se originam em toda a organização, sendo que, geralmente, as estruturas burocráticas mais baixas são as que tem a responsabilidade de captação mais intensa e volumosa.

A coleta de dados, se faz em duas etapas: captação e registro.  Constitui um processo caro e suscetível de erro. Por esse motivo se deve estabelecer procedimentos que reduzam o volume de dados coletados, entre outras formas, através de um analise seletivo, por meio de realização de uma análise por amostragem, aplicado em casos de atividades relativamente repetitivas)
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Também se deve evitar a entrada ao sistema das mesmas informações mais de uma vez, para o qual, a coleta de um determinado tipo de dado, deve ser realizada em um único ponto do sistema.

Uma última situação a ser igualmente evitada, é a de predizer dados ao invés de coleta-los, ou seja, utilizando informações anteriores para estabelecer acontecimentos futuros.


Classificação de Dados

Um dado deve ser registrado, de forma que permita a fácil recuperação e interpretação da informação nele contida, para os efeitos de sua incorporação ao sistema.

O propósito da classificação dos dados, e o de associar um acontecimento a outros, da mesma natureza ou tema, que apresentam semelhanças significativas. Isto se cumpre utilizando determinados conceitos denominados critérios ou atributos, recursos técnicos, importantes para a tomada de decisões. Cada atributo constitui uma dimensão da etapa de classificação.
Com frequência, os atributos não são independentes, mas ordenados hierarquicamente. Por exemplo, dados referentes aos bens patrimoniais poderiam ser classificados da seguinte maneira:

Ø Ativo Fixo

Ø Equipamento

Ø Equipamento de Laboratório

Ø Lâmpadas

As decisões que poderiam ser consideradas como de “baixo nível” (como é o caso de programação), podem exigir informação sobre as “Lâmpadas”, enquanto que, as de “alto nível”, precisarão informação sobre Equipamento ou sobre Ativo Fixo. Isto constitui o que caracteriza uma informação hierarquicamente agregada.

Sem a utilização de atributos, não haverá forma de obter informação sobre uma determinada dimensão. Para o caso, se os dados de venda de serviços não são classificados por localidade, por exemplo, não se terá condições de obter informação coerente sobre a distribuição geográfica da receita.

Um bom exemplo de classificação de dados é o Plano de Contas da contabilidade geral, onde os dados são ordenados seguindo critérios e, principalmente, os atributos de ordem hierárquico, geográficos e outros.

Compressão de dados

O volume de dados gerados normalmente é imenso e precisa ser reduzido, a fim de não encher a empresa com detalhes informativos insignificantes. Se trata, no entanto, de reduzir o volume sem diminuir o seu conteúdo.

Para isso, existem métodos de filtragem e de agregação:
·        Filtragem da informação

A experiencia indica que, a maior quantidade ou massa de dados introduzidos num sistema, tem pouca importância, e, seu conteúdo, não tem a utilidade suficiente para contribuir, de uma forma mais efetiva, com as decisões ou processos em andamento na empresa, o que pode significar que, na realidade, não faz mais que confirmar diagnósticos e prognósticos anteriores.

Neste caso, se trata de que o sistema de informação realize uma ação de filtragem dos dados considerados insignificantes e deixe passar, apenas, as exceções que levem à modificação dos planos em andamento.

·        Agregação de Dados

A utilidade deste processo, se encontra na hipótese de que, as dimensões a serem eliminadas, não tem maior importância para o propósito determinado, mas podem ser consideradas úteis para outras finalidades. Um exemplo disso seria, a informação sobre controle dos consumidores dos serviços, na qual, poderiam ter agregados os dados referentes aos conceitos ligação, categoria e localidade, omitindo as dimensões relacionadas com o tipo de prédio e diâmetro da conexão.

·        Arquivo de Dados

O arquivo de Dados, cumpre a função de memoria e permite que a empresa atue sobre a base de informações relativa a um período passado, determinado convencionalmente, pela empresa ou legalmente.

Os diversos arquivos constituem a “base ou banco de dados”, consistente na soma total da informação, registrada e guardada a disposição dos diferentes sistemas e subsistemas empresariais e técnicos, da organização. Para facilitar a recuperação ágil e oportuna da informação arquivada, a base de dados deve ser estruturada de maneira que mostre as relações importantes entre os elementos dos dados e a sua hierarquia.

Um exemplo clássico de banco de dados é o de Cadastro de Consumidores, onde a modificação de seu conteúdo, é realizada em forma de transações, que representam a descrição codificada de um acontecimento externo (como poderia ser a incorporação de um novo consumidor, a alteração de tarifa, mudança do tipo de utilização de um imóvel e outras atualizações).

·        Exposição e Saída de Dados

O processo de exposição consiste na preparação da informação produzida, de forma adequada, para a compreensão, entendimento e utilização, por parte do receptor ou usuário interessado.
Nem toda informação produzida é submetida a exposição. Grande parte dela permanece dentro do sistema, com fins de modificação e atualização da base de dados que, posteriormente, servirão de insumo para a produção e distribuição de informação agregada, para usuários, tanto internos como externos.




sábado, 7 de julho de 2018


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Um Sistema de Informação, na concepção do SATECIA, é um conjunto de procedimentos, métodos, elementos técnicos e equipamentos utilizados para produzir, introduzir e recuperar dados, devidamente selecionados, para sustentar as operações e o funcionamento, em geral, de uma empresa, e inclui as fases de obtenção, processamento e apresentação.

Existem duas classes de sistemas de informação:

Ø O sistema de informação “total” que reúne, em um único sistema integrado, todos os sistemas e subsistemas de informação existentes na organização. Este tipo de sistema inclui todos os dados e informações para as diferentes esferas e níveis de administração e operação da empresa.

Ø O Sistema de Informação “básico ou fundamental” que, na prática, consiste em um fluxo simples de informação, tem a função de produzir dados e informações considerados essenciais para o funcionamento de cada nível ou de cada sistema da organização. Outros dados que, por uma ou outra razão, são requeridos por grupos específicos de usuários, são processados de forma independente.

Este segundo modelo foi considerado o mais viável de desenvolver e implantar nas Companhias de Saneamento do Brasil, levando em conta suas condições e, principalmente, seu estágio de desenvolvimento.

Sobre Informações e Dados

Ø Se entende por informação, qualquer classe de conhecimento ou mensagem que pode ser utilizado para dar sustentação ou melhorar uma decisão, bem como realizar uma ação administrativa. De outra forma, informação é um dado que, devidamente processado, é essencial para a tomada de decisões.

Ø O dado é a representação de uma mensagem em forma digital; indica um conjunto de termos ou símbolos que representam quantidades, ações, objetos, etc. São formados por caracteres sejam alfa numéricos ou de qualquer outro tipo de simbologia.

A relação entre dados e informação é semelhante à da matéria prima com o produto terminado de uma indústria. Com efeito, a fase de processamento converte dados em informação, ou dito de outra maneira, os converte em condições utilizáveis pelo receptor.

A Fig. 4 representa o processo de transformação dos dados em informações

A Informação Operativa – Diretiva

As funções de um sistema de informação podem ser classificadas segundo duas categorias de tarefas.

A classe de tarefa, denominada como “operativa”, para a qual a informação se considera necessária, está relacionada com o funcionamento operacional do sistema administrado. Neste caso, qualquer ação, operação ou decisão depende da informação e, por tanto, é indispensável.

Assim, cada operação precisa de nova informação operativa, considerando como tal, por exemplo, programas de produção, ordens de compra, faturas, e outros processos que suprem de dados, no dia a dia, aos diferentes setores da empresa, e que são necessárias para a realização de tarefas previamente programadas, a ser cumpridas por pessoas ou por máquinas.

Um programa de produção de água que orienta o trabalho de um operador de estação de tratamento, como um sinal análogo, que se dá mediante um computador, que controla uma rede de distribuição, são exemplos de informação operativa.

Quando o requerimento do funcionamento operativo exige a incorporação de elementos de economia de um sistema integral ou total, surge a necessidade de novas classes de informação. Esta categoria de informação é denominada de “diretiva”.

Se entende que a informação requerida pelo processamento das transações, é eminentemente operativa e, por conseguinte, necessária para o funcionamento do sistema administrado. Mas, a medida em que são introduzidos elementos e conceitos promotores da economia do sistema, tais como, metas, controles, avaliações e análises maiores, se torna necessário acrescentar informação do tipo operativo até o nível de direção, onde a nova informação demandada é de natureza diretiva é indispensável para a tomada de decisões.


quinta-feira, 5 de julho de 2018

EL MIEDO DE LO NUEVO - LA RESISTENCIA AL CAMBIO


Este escrito fue colocado hace unos cuatro años, en portugués. Hicimos uma pequeña nueva edición y la tradujimos al español. Estamos satisfechos con la acogida que, hasta el momento, está teniendo el Blog, a pesar de que pasamos un largo periodo (casi dos años) sin incluir nuevos textos, además de que nuestra producción es relativamente lenta, debido a algunos problemas de diversa índole.

Otros textos irán siendo traducidos para el idioma castellano.

Uno de los mayores problemas que los países conocidos como emergentes, de tercer mundo o en desarrollo enfrentan en los días de hoy es, sin duda, el inmenso vacuo existente entre el modelo de estado y de organización administrativa pública vigente en estos países, y las necesidades de cambios estructurales exigidos por el proceso de interacción y adaptación a una realidad y a un mundo externo, cada vez más cambiante y dinámico, con el cual, para bien o para mal, tenemos que convivir.

Nuestros países vienen siendo atropellados en su día a día, por la velocidad de los acontecimientos provocados, mundo afuera, por la revolución de la información, el avance de la tecnología y la globalización. Es una situación que viene creando grandes conflictos y problemas, de toda orden, en los campos político, social y económico, causados, principalmente, por las dificultades que tenemos para enfrentar y adaptarnos a una nueva realidad, en donde, a pesar de los esfuerzos realizados, poco conseguimos progresar y nuestros países continúan a sufrir con los males del atraso como el desempleo, la pobreza, el hambre, y hasta con enfermedades que hace mucho tiempo ya debían haber sido erradicadas.

Lo peor de todo es la desesperanza y la falta de perspectivas. Las personas no consiguen ver de qué manera pueden mejorar, superar y salir de una crisis que se muestra cada vez más permanente, presentando, inclusive, contornos endémicos.

Nada refleja mejor esta frustración y temor delante de lo nuevo, que algunas de las bien humoradas ideas y opiniones del popular escritor brasileño Luis Fernando Veríssimo, sobre ese tema[i].

Comentando un juego de ajedrez realizado entre el famoso jugador ruso Kasparov y un computador, Veríssimo nos dice: “otra razón para ser contra el computador cuando compite con el hombre es que los computadores debían ser convencidos a reconocer su inutilidad y dejar las líneas de montaje donde roban los empleos del hombre”. Y completa: “Pero en cuanto son humillados en su inutilidad, los computadores deben recoger sus robots y devolver los trabajos que robaron del hombre. Les reconocemos todas las glorias intelectuales con tal de tener nuestros empleos de vuelta”.

En otro de sus escritos, Veríssimo nos comenta el desconcierto que las personas sienten cuando hacen una llamada telefónica y quien atiende es una secretaria electrónica. Sobre esa situación Veríssimo escribe: “La prueba definitiva para saber si uno está o no integrado al mundo moderno, es la secretaria electrónica. ¿Como usted se siente cuando realiza una llamada telefónica y quien atiende es una máquina?”

Más de treinta años atrás, Alvin Toffler nos alertaba para este fenómeno cuyas señales, ya en aquella época, se mostraban cada vez más claras y evidentes, aunque en los países, los empresarios, los gobiernos, los políticos y el común de las personas no lo estaban percibiendo.

Em sus obras El Choque del FuturoLa Tercera Onda y otros más recientesel autor nos comenta los cambios radicales habidos en las condiciones de vida de la humanidad en los últimos cincuenta años, y de cómo eso afecta las personas provocándoles estrese, y, sobre todo, resistencia. La tal resistencia al cambio.

De otro ángulo, Toffler nos informa que, en los últimos tiempos, la situación mundial presentó cambios estructurales gigantescos en el campo de la movilización social, tanto que, en una docena de países más desarrollados, la agricultura, por ejemplo, pasó a dar ocupación a menos del 15% de la población económicamente activa.

En los Estados Unidos, cuyas haciendas alimentan más de 200 millones de americanos y otros tantos 200 millones en el mundo todo, esta cifra cae para menos del 6% y disminuye cada vez más.

Es decir, hubo una migración inmensa de mano de obra del campo para la ciudad, en la búsqueda de empleo, inicialmente, en la actividad industrial.

Pero las cosas no pararon por ahí y, a continuación, verificamos que a partir de los años sesenta, el 50% de la fuerza de trabajo urbana de los Estados Unidos, abandonó las fábricas y el trabajo manufacturero y pasó a ocuparse en actividades relacionadas con los negocios, la administración pública, las comunicaciones, la educación, la salud, la investigación y otras. Se iniciaba así, la tal economía de servicios.

Otro ejemplo dramático y más reciente de los cambios que se están produciendo en el panorama económico mundial, lo podemos observar en el caso de la China, donde la demanda de alimentos necesarios para sustentar el aumento del padrón de consumo alcanza un crecimiento exponencial, provocado por la urbanización intensa y acelerada del país. Hoy, casi el 60% de la población china se encuentra en áreas urbanas, en cuanto en 1980, ese número no pasaba del 20%.

La construcción de grandes ciudades, los cambios y mejoras en la calidad de vida de la población, así como la acumulación de tecnología incluyendo la creación de un parque industrial único en el mundo, llevaron a la China a la modernización vertiginosa que ahora presenta y que continua en aumento.

Y así, el mundo sigue adelante, en su avance exponencial con el impulso frenético de la tecnología, en todos los frentes de la actividad humana.

Ante el ritmo de cambios de esa orden ¿qué podemos hacer? ¿nuestros sistemas de educación y formación de los jóvenes pueden ser considerados modernos o, por lo menos, adecuados para enfrentar las nuevas realidades y los nuevos desafíos en los campos del conocimiento y desarrollo tecnológico y social?

Por otro lado, ¿será que estamos preparados para participar y competir en igualdad de condiciones, en los negocios y en el intercambio comercial, en general, en el ámbito internacional, cuando nuestra infraestructura se presenta precaria e ineficiente, nuestros puertos y aeropuertos son inadecuados, nuestras carreteras para el transporte de personas, bienes y producción industrial y agrícola se encuentran en pésimas condiciones, la legislación es ultrapasada, a nuestra burocracia es inmensa, etc., etc., etc.?

Además, y considerando otra orden de cosas, ¿por qué los artículos y productos que compramos localmente, los vehículos, por ejemplo, cuestan varias veces más que en los países más ricos, principalmente, en los EE. UU.?

En el campo público, ¿las personas entienden lo que es déficit fiscal, superávit primario? ¿Lo que es inflación y como se produce? ¿Cómo estos conceptos afectan nuestra vida?

Todos estos temas así como otros, no menos importantes, deben ser presentados, explicados y discutidos con la sociedad.

Nuestra Visión

Ser un centro de referencia de la más alta calificación para la divulgación de conocimiento moderno sobre la gestión pública en los países de la América Latina.

Nuestra Misión

Actuar como vehículo de información, educación y orientación sobre temas relacionados con la gestión pública, incluyendo, naturalmente, la importancia de su papel en el desarrollo del país.

Hacer esto, revolucionando la forma, el contenido y el lenguaje en el trato de estos asuntos, de forma a promover y estimular el debate, manteniendo una actitud imparcial, profesional y transparente, frente a la población.



[i] Nuevas Comedias de la Vida Pública. La versión de los Ahogados. L&PM, 1997