quarta-feira, 26 de outubro de 2016

SISTEMAS EMPRESARIAIS – O PLANEJAMENTO II


 
O Projeto

 

O Projeto é, sem dúvida, o componente ou elemento técnico da maior importância e de maior valor estratégico, do sistema de planejamento.

De acordo com conceitos tradicionais da disciplina econômica, a riqueza considerada como o conjunto de bens e serviços existentes num país, em um determinado momento, é o resultado da ação combinada de três fatores básicos: a terra, o capital e o trabalho.

Onde o fator terra, está representado pelos recursos naturais existentes num determinado espaço físico – geográfico; o capital, pelos equipamentos, maquinas e infraestrutura, utilizados no campo da produção e, finalmente, o trabalho, que se refere à mão de obra incluindo a capacidade intelectual, responsável pela produção dos bens e serviços.

Alguns autores incluem o conhecimento como um novo e poderoso fator de produção da riqueza. Se argumenta que, é precisamente o conhecimento, que produz mudanças e potencializa e dá novo valor aos outros fatores.

De qualquer forma, a integração dos elementos de produção de bens e serviços devem atender a determinados conceitos e requisitos que garantam e disciplinem as atividades e esforços de produção, considerando que, a final de contas, os recursos com que contamos não são ilimitados.

É importante, para tanto, a utilização dos instrumentos de caráter técnico que nos proporciona a ciência administrativa, principalmente, no campo do planejamento e, especificamente, da preparação de projetos.

Em nossa experiência, em diversas regiões e países, a elaboração de projetos constitui um dos maiores empecilhos para a aplicação de recursos, principalmente financeiros, na solução das carências, deficiências e problemas existentes em matéria de serviços públicos.

Ainda no caso do Brasil, o principal argumento utilizado recentemente pelas autoridades correspondentes para o fraco desempenho dos planos e programas de implantação de serviços de água e esgoto, tem sido a falta de projetos ou bem, a má qualidade dos mesmos, apresentados pelos estados e municípios.

 

Os Projetos de Saneamento Básico

 

O Projeto de Saneamento Básico tem como objetivo específico estabelecer os parâmetros necessários para proporcionar serviços de água e esgoto para uma cidade, ou parte dela, conforme critérios e condições de viabilidade técnica, econômica, financeira e institucional.

Neste campo, o Programa SATECIA apresentou uma série de manuais sobre as pesquisas, os estudos, e os procedimentos necessários para a elaboração de projetos para os serviços de saneamento-, atendendo os requisitos de viabilidade mencionados, conforme normas e metodologias nacional e internacionalmente aceitas.

Os estudos econômico-financeiros aplicáveis a uma empresa de serviços de água e esgoto estão relacionados a diversos conceitos, entre os quais, os mais relevantes são os seguintes:

 

Conceitos Econômicos:

Ø Custos

Ø Benefícios

Ø Custos de Oportunidade do Capital

Critérios de Avaliação de Projetos:

Ø Custo Marginal

Ø Relação Benefício / Custo

Ø Taxa Interna de Retorno

Conceitos Financeiros:

Ø Balanço

Ø Demonstrativo de Resultados (lucros & perdas)

Ø Estado se Origem e Aplicação de Recursos

Ø Capital de Giro

Ø Índices Financeiros

(continua)...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

SISTEMAS EMPRESARIAIS - O PLANEJAMENTO


 

 

O Modelo geral do Sistema de Informações Gerenciais contém, ao todo, um número aproximado de 150 indicadores, para os sistemas especificados pelo SATECIA, isto é: Planejamento, Operacional, Comercial, Financeiro e Administrativo.

Entretanto, e a título de exemplo, incluímos no texto anterior unicamente alguns desses indicadores, por não considerar adequado um volume de informações de tal magnitude neste espaço do Blog. Mas na frente, porém, poderemos detalhar mais informações específicas sobre este tema, ao tratar determinados modelos dos sistemas.

 

O Sistema de Planejamento – O modelo

 

 o diagnóstico realizado nas primeiras fases do Programa SATECIA mostrou uma ausência praticamente total de normas, processos e procedimentos, relacionados com o sistema de planejamento.

Essa situação, como foi comentado no prefácio do modelo de sistema de informações, “tornou desnecessário um sistema de informação para a realização de tais funções (de planejamento), limitando-se à comunicação de ordens e à inquisição, ocasional, sobre os trabalhos realizados e os resultados obtidos”.

Em outras palavras, existia uma gestão que poderíamos definir como sendo do tipo “apagar incêndio”.

Conceitualmente, o planejamento é um processo. Um processo formado pelas fases de diagnóstico, prognóstico, inventário, estudos de alternativas, analise econômico-financeiro e montagem de planos, programas e projetos.

No contexto do sistema de planejamento, o SATECIA definiu três campos de análise para a identificação dos problemas a serem resolvidos ou superados, bem como para formar a base de sustentação da definição dos objetivos e metas a ser atingidos num determinado espaço de tempo.

Esses três campos de análise correspondiam aos subsistemas de planejamento físico, planejamento econômico financeiro e planejamento organizacional, e tinham como objetivo a realização de estudos, pesquisas, analises e levantamento de dados nesses três grandes campos.

O Planejamento Físico abrangia os seguintes campos de análise: a população alvo incluindo aspectos e condições de ordem econômico e social; os recursos naturais, as condições geográficas e climáticas, e, especialmente, as fontes para o abastecimento de água ou como destino para o despejo e tratamento de esgoto; os recursos técnicos, de instalações, equipamentos e outros, que formam parte da infraestrutura industrial para a prestação dos serviços e, finalmente,  os serviços que vinham sendo prestados à comunidade quanto  à eficiência e qualidade, avaliados conforme índices e parâmetros internacionalmente estabelecidos.

O Planejamento Organizacional tinha como foco os problemas relacionados com a estrutura orgânica das companhias, incluindo aspectos de distribuição de responsabilidades nos campos executivo e decisório entre os níveis operativos, gerencia média e alta direção, a distribuição geográfica de órgãos e recursos para o cumprimento de suas atividades e, finalmente, a formação e caraterísticas de seu quadro de funcionários de todo nível, quer dizer, operários, supervisores, gerentes médios e alta gerência.

Conforme estabelecido no Plano Nacional de Saneamento - PLANASA, os municípios passaram para as companhias, a través de dispositivo legal, a concessão da exploração dos serviços que, por ordenamento constitucional, são de sua responsabilidade.

Como já foi comentado em textos anteriores, as companhias foram formadas a partir da reunião de diversos organismos públicos que atuavam na operação e gestão dos serviços de nível estadual ou municipal.

Um outro aspecto importante a ser lembrado, se refere ao problema da disposição física das novas estruturas das companhias, caraterizada por uma forte concentração de recursos no nível sede destas entidades, nas capitais dos Estados, com pouca descentralização e desconcentração nos âmbitos regional e local, o que comprometia a eficiência do apoio dos serviços e dos consumidores.

O modelo de estrutura idealizado pelo SATECIA para as companhias nessas condições era, naturalmente, orientado para o fortalecimento da presença das companhias e consequentemente, dos serviços de gestão e apoio das atividades de prestação dos mesmos, no âmbito regional e local.

Para tanto, o trabalho realizado para definir um modelo de estrutura para as companhias foi, inicialmente, baseado na identificação das funções dos sistemas operacional e comercial como sendo as atividades fim, ou seja, aqueles através dos quais se atendia a missão destas entidades na prestação dos serviços para a população. Os outros sistemas foram considerados como sendo atividades meio, ou seja, de apoio e suporte para aquelas atividades.

Este critério foi considerado da maior importância nos trabalhos realizados neste campo, por quanto, encontrou-se que, as estruturas dos setores responsáveis pelas atividades meio, apresentavam-se grandes, com enormes contingentes de pessoal, desproporcionadas em relação com as áreas encarregadas da prestação dos serviços.

As empresas, por exemplo, pareciam mais consultoras ou empreiteiras de obras e de estudos e projetos, que uma entidade de prestação de serviços de água e esgoto.

Este critério, ademais, serviria como base para a modelagem da estrutura das empresas de uma forma geral, considerando, entretanto, os aspectos regionais, de porte, políticos e culturais, próprios de cada estado.

De qualquer forma há de se considerar, por outro lado, que no contexto da conceição sistêmica das organizações, o problema da estrutura orgânica tem uma conotação diferente à tradicional.

Neste aspecto, a visão sistêmica nos permite visualizar estruturas de maior flexibilidade e adaptabilidade às mudanças e novas exigências, bem como formas de atender com maior eficiência as demandas da sociedade em relação com os serviços.

É preciso, também, prestar atenção ao desenvolvimento tecnológico, tanto no campo puramente operacional, quanto às formas mais sustentáveis e econômicas de aproveitamento, principalmente, dos recursos naturais (o reuso da água, por exemplo). Mais, a[inda, é absolutamente indispensável dar cada vez maior ênfase à utilização da Tecnologia da Informação – TI.

Dessa forma, acreditamos que as propostas do SATECIA, nos anos 75 e 80, no auge de sua atuação no Setor de Saneamento brasileiro, foram pioneiras quanto às propostas no campo da organização de empresas de saneamento.

Este tema será objeto de próximas abordagens e análises no decorrer do nosso Blog.

Planejamento Econômico Financeiro tinha como função realizar os estudos, análises e projeções sobre os aspectos econômicos – financeiros da prestação dos serviços de água e esgotos (receitas, despesas, investimentos, financiamentos e projeções financeiras), necessários para viabilizar os planos de desenvolvimento da empresa.

No Planejamento Econômico – Financeiro, eram analisadas, às políticas, as receitas e despesas de funcionamento dos serviços de água e de esgotos existentes a cargo da Empresa, conjuntamente com a viabilidade da execução dos investimentos previstos pelos subsistemas de Planejamento Físico e Planejamento Organizacional.

Tratava, em outras palavras, de estabelecer a viabilidade econômica – financeira da empresa como empreendimento, considerando aspectos de custos, tarifas, despesas financeiras e investimentos, necessários através de um determinado período, já seja a curto, médio e longo prazo.

Na realidade, este último processo trata da consolidação de um cenário que daria a sustentação necessária para o estabelecimento dos objetivos e metas a serem atingidos, já seja, para atender o déficit existente quanto as necessidades de universalização dos serviços, bem como sua manutenção permanente e futura conforme o crescimento da população e atividades relativas ao desenvolvimento econômico.

De outra forma, o Planejamento econômico – financeiro traduzia, em termos econômicos, o custo do esforço técnico, operacional e de gestão, necessários para o alcance dos objetivos para os quais as empresas foram criadas.

 

Objetivos do Planejamento Econômico Financeiro

 

O Planejamento Econômico Financeiro apresentava os seguintes objetivos:

 

Ø  Prover os estudos que permitam a compatibilização do Planejamento Geral da Empresa em termos físicos, organizacionais e econômico-financeiros de curto, médio e longo prazo.

Ø  Estabelecer as bases, critérios e metodologias de caráter técnico, necessários para o desenvolvimento e elaboração dos estudos e projetos de investimento conforme princípios de menor custo e de maior eficiência e eficácia.

Ø  Orientar e zelar porque os projetos e investimentos em geral, atendam a índices de retorno sobre investimento, custo benefício e outros, conforme parâmetros estabelecidos por órgãos nacionais e internacionais de crédito e a legislação vigente.

Ø  Produzir as informações que sustentem a tomada de decisões em matéria de investimentos e da gestão em geral da empresa, com vistas â manutenção do devido equilíbrio das despesas e receitas e a reformulação de tarifas e políticas de aplicação e obtenção de recursos.

Todos estes conceitos relacionados com o planejamento de uma empresa de saneamento, estariam orientados a capacitar estes organismos a atuar conforme critérios empresariais, isto é, com autonomia técnica, econômica, financeira e institucional.