Na breve resenha histórica
apresentada através das postagens anteriores, explicamos como o crescimento, a
expansão e a diversificação econômica dos países, foram a natural consequência
da explosão das atividades industriais e empresariais acontecida como resultado
das descobertas, inventos e inovações ocorridas a partir da criação das
singelas maquinas de fiação e tecelagem da época da Revolução Industrial, na
Inglaterra do século XVIII. É, entretanto, importante destacar a participação da
ação empreendedora de personagens da época, visionários e intuitivos, que foram
capazes de angariar e mobilizar os recursos de capital e outros, necessários
para enfrentar os riscos inerentes aos negócios e atividades empresariais e torna-los
lucrativos.
Nesse contexto, a Administração
adquiriu particular importância como pedra angular e de sustentação na construção,
organização e desenvolvimento das atividades produtivas, ganhando, inclusive, desde
aquela época, preponderância e lugar de destaque entre os estudos de profissionais,
acadêmicos e cientistas, tendo como base as experiências e propostas teóricas desenvolvidas
pelos dois mais importantes teóricos e precursores da ciência administrativa:
Frederick Taylor e Henry Fayol.
Na sua obra Introdução
à Teoria Geral da Administração, Idalberto Chiavenato[i] nos apresenta uma
exaustiva relação das diferentes escolas ou tendências teóricas e acadêmicas
que surgiram no mundo relacionadas com o exercício da Administração no campo
industrial, empresarial e, em geral, de negócios, até os dias de hoje. Vale a
pena conferir na obra citada.
São elas:
1903 Administração Científica
1909 Teoria Burocrática
1916 Teoria Clássica
1932 Teoria das Relações Humanas
1947 Teoria Estruturalista
1951 Teoria dos Sistemas
1953 Abordagem Sócio – técnica
1954 Teoria Neoclássica
1957 Teoria Comportamental
1962 Desenvolvimento Organizacional
1972 Teoria da Contingência
1990 Novas Abordagens
Conceitos
Como Empreendedorismo se entende o conjunto de competências e
habilidades relacionadas à criação de projetos de caráter técnico, científico
ou empresarial, e tem a sua origem no termo empreender que significa realizar,
fazer ou executar.
Sem
dúvida, e como se tem sustentado neste blog, o empreendedorismo tem sido
essencial para a geração de riquezas através do crescimento econômico,
incluindo a criação de empregos e renda, no mundo todo, dependendo,
naturalmente, do grau e capacidade de desenvolvimento existente entre os
diferentes países.
O
termo “empreendedorismo” tem a sua origem na palavra francesa entrepreneur e, diversos autores, em
diferentes épocas, tem contribuído para estabelecer seu alcance e significado,
entre eles, o economista francês, Jean-Babtiste Say, nos idos anos do início do
Século XIX, o também economista, austríaco, Joseph Schumpeter mais ou menos no
ano de 1945, e mais recentemente, no ano de 1970, pelo “pai da administração”
moderna Peter Drucker.
O
conceito de Inovação, por seu lado, diz respeito às habilidades de imaginar, de
criar e de transformar ideias em realidade. A chave da evolução humana reside,
precisamente, na sua capacidade `de criar:
Novos
produtos
Novos
serviços
Novas
soluções
Novos
comportamentos
Novas
formas de relacionamento com os demais seres humanos, com os outros seres
vivos, com a natureza e o meio ambiente.
A imaginação é mais importante que o
conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo.
Albert Einstein
É obvio que o empreendedorismo e a
inovação formam parte indissolúvel de um mesmo esforço, de um mesmo processo de
criação de riqueza e desenvolvimento econômico através da fabricação e
lançamento de novos produtos, novos equipamentos, de novas tecnologias ou novas
teorias e formas de organização ou de aprimoramento de uma antiga, etc.
Mas também tem que se reconhecer que
não é menos importante que estes processos se consolidam em ambientes
corporativos, em âmbitos empresariais ou institucionais mediante a aplicação de
todos os conceitos próprios das teorias e princípios básicos da disciplina
vinculada à administração.
Em outras palavras, é absolutamente
indispensável a construção de um marco sólido de organização empresarial ou
institucional, que garanta o êxito do empreendimento e do lançamento das
novidades ou inovações.
O inovador e ou empreendedor não
devem limitar-se à exploração de seus próprios talentos pessoais e intelectuais
para levar a cabo o ato de empreender ao iniciar um negócio, mas também, além
de mobilizar recursos externos, já sejam de caráter financeiro, humanos e outros,
devem valorizar a interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência, para
alcançar seus objetivos, principalmente, no que se refere ao campo da gestão.
A história está repleta de (supostamente)
grandes ideias ou empreendimentos que fracassaram ou ficaram pelo caminho por
absoluta falta de competência para levar adiante a empresa ou negócio na sua implantação.
Sobre esse tema voltaremos mais
adiante quando apresentemos um problema atual que demostra a necessidade
(urgente) de atualização organizacional e de um sistema de Desenvolvimento
Institucional.
[i] Doutor e Mestre em Administração pela City University of Los
Angeles-CA, EUA, especialista em Administração de Empresas pela FGV-EAESP,
graduado em Filosofia/Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional
pela USP e em Direito pela Universidade Mackenzie.