quarta-feira, 1 de abril de 2015

O Empreendedorismo, a Inovação e a Gestão eficiente: Três molas mestres do Desenvolvimento Econômico e da criação da riqueza

Na breve resenha histórica apresentada através das postagens anteriores, explicamos como o crescimento, a expansão e a diversificação econômica dos países, foram a natural consequência da explosão das atividades industriais e empresariais acontecida como resultado das descobertas, inventos e inovações ocorridas a partir da criação das singelas maquinas de fiação e tecelagem da época da Revolução Industrial, na Inglaterra do século XVIII. É, entretanto, importante destacar a participação da ação empreendedora de personagens da época, visionários e intuitivos, que foram capazes de angariar e mobilizar os recursos de capital e outros, necessários para enfrentar os riscos inerentes aos negócios e atividades empresariais e torna-los lucrativos.

Nesse contexto, a Administração adquiriu particular importância como pedra angular e de sustentação na construção, organização e desenvolvimento das atividades produtivas, ganhando, inclusive, desde aquela época, preponderância e lugar de destaque entre os estudos de profissionais, acadêmicos e cientistas, tendo como base as experiências e propostas teóricas desenvolvidas pelos dois mais importantes teóricos e precursores da ciência administrativa: Frederick Taylor e Henry Fayol.

Na sua obra Introdução à Teoria Geral da Administração, Idalberto Chiavenato[i] nos apresenta uma exaustiva relação das diferentes escolas ou tendências teóricas e acadêmicas que surgiram no mundo relacionadas com o exercício da Administração no campo industrial, empresarial e, em geral, de negócios, até os dias de hoje. Vale a pena conferir na obra citada.

São elas:

1903   Administração Científica
1909   Teoria Burocrática
1916   Teoria Clássica
1932   Teoria das Relações Humanas
1947   Teoria Estruturalista
1951   Teoria dos Sistemas
1953   Abordagem Sócio – técnica
1954   Teoria Neoclássica
1957   Teoria Comportamental
1962   Desenvolvimento Organizacional
1972   Teoria da Contingência
1990   Novas Abordagens

Conceitos

Como Empreendedorismo se entende o conjunto de competências e habilidades relacionadas à criação de projetos de caráter técnico, científico ou empresarial, e tem a sua origem no termo empreender que significa realizar, fazer ou executar.

Sem dúvida, e como se tem sustentado neste blog, o empreendedorismo tem sido essencial para a geração de riquezas através do crescimento econômico, incluindo a criação de empregos e renda, no mundo todo, dependendo, naturalmente, do grau e capacidade de desenvolvimento existente entre os diferentes países.

O termo “empreendedorismo” tem a sua origem na palavra francesa entrepreneur e, diversos autores, em diferentes épocas, tem contribuído para estabelecer seu alcance e significado, entre eles, o economista francês, Jean-Babtiste Say, nos idos anos do início do Século XIX, o também economista, austríaco, Joseph Schumpeter mais ou menos no ano de 1945, e mais recentemente, no ano de 1970, pelo “pai da administração” moderna Peter Drucker.

O conceito de Inovação, por seu lado, diz respeito às habilidades de imaginar, de criar e de transformar ideias em realidade. A chave da evolução humana reside, precisamente, na sua capacidade `de criar:

Novos produtos
Novos serviços
Novas soluções
Novos comportamentos
Novas formas de relacionamento com os demais seres humanos, com os outros seres vivos, com a natureza e o meio ambiente.

A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo.
Albert Einstein

É obvio que o empreendedorismo e a inovação formam parte indissolúvel de um mesmo esforço, de um mesmo processo de criação de riqueza e desenvolvimento econômico através da fabricação e lançamento de novos produtos, novos equipamentos, de novas tecnologias ou novas teorias e formas de organização ou de aprimoramento de uma antiga, etc.
Mas também tem que se reconhecer que não é menos importante que estes processos se consolidam em ambientes corporativos, em âmbitos empresariais ou institucionais mediante a aplicação de todos os conceitos próprios das teorias e princípios básicos da disciplina vinculada à administração.
Em outras palavras, é absolutamente indispensável a construção de um marco sólido de organização empresarial ou institucional, que garanta o êxito do empreendimento e do lançamento das novidades ou inovações.
O inovador e ou empreendedor não devem limitar-se à exploração de seus próprios talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de empreender ao iniciar um negócio, mas também, além de mobilizar recursos externos, já sejam de caráter financeiro, humanos e outros, devem valorizar a interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência, para alcançar seus objetivos, principalmente, no que se refere ao campo da gestão.
A história está repleta de (supostamente) grandes ideias ou empreendimentos que fracassaram ou ficaram pelo caminho por absoluta falta de competência para levar adiante a empresa ou negócio na sua implantação.
Sobre esse tema voltaremos mais adiante quando apresentemos um problema atual que demostra a necessidade (urgente) de atualização organizacional e de um sistema de Desenvolvimento Institucional.




[i] Doutor e Mestre em Administração pela City University of Los Angeles-CA, EUA, especialista em Administração de Empresas pela FGV-EAESP, graduado em Filosofia/Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional pela USP e em Direito pela Universidade Mackenzie.