FAYOL
Jules Henri Fayol (1841 — 1925) é, sem dúvida, depois de
Frederick W. Taylor, o nome mais importante na construção da base
conceitual e teórica que deu à administração o caráter de ciência, disciplina, processo
e função essencial para a criação da riqueza através das atividades industrial,
empresarial e de negócios.
Fayol, francês, engenheiro de minas, na sua obra Administration Industrielle et Générale –
Prévoyance organisation – Comandement, Coordination – Controle, publicada em
1916, criou, na nossa interpretação, o marco de referência para a criação de um
modelo básico de organização ou entidade social necessária para o
desenvolvimento e realização de qualquer tipo de atividade ou de negócio, orientado
para a obtenção já seja de lucro ou objetivos sociais.
As Funções Universais da Administração
Segundo Fayol, são funções universais da Administração:
Previsão: envolve avaliação do futuro e aprovisionamento em função dele. Unidade, continuidade, flexibilidade e previsão são os aspectos principais de um bom plano de ação.
Organização: proporciona
todas as coisas e recursos humanos, materiais, financeiros e outros,
necessários para o funcionamento da empresa.
Comando: leva a
organização a funcionar. Seu objetivo e alcançar o máximo retorno de todas os
empregados no interesse dos aspectos globais.
Coordenação: harmoniza todas as
atividades do negócio, facilitando seu funcionamento e seu sucesso. Ela
sincroniza coisas e ações em suas proporções certas e adapta os meios aos fins.
Controle: Consiste
na verificação para certificar que todas as coisas acorram em conformidade com
o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O
objetivo é localizar as fraquezas e erros no sentido de retificá-los e prevenir
a ocorrência.
As Funções Empresariais
Em outro enfoque, Fayol também identifica as seis funções específicas em que toda atividade empresarial ou institucional deve ser dividida:
Técnicas
ou
relacionadas com a ciência, o conhecimento e os recursos tecnológicos para a
produção e de artigos e serviços
Comerciais,
ou relacionadas com as atividades de compra, venda ou permuta de produtos ou
serviços
Financeiras,
ou relacionadas com a gestão e o manejo do dinheiro
Segurança,
ou relacionadas com a proteção dos bens de acordo com padrões estabelecidos
Contáveis,
ou relacionadas com controles, inventários, registros, balanços, custos e
estatísticas
Administrativas
(Gerenciais), relacionadas com a integração,
coordenação, controle e orientação das demais funções da empresa englobadas nas
outras cinco funções.
Princípios Gerais da Administração
Fayol aponta, ademais, os conceitos que seriam
considerados os princípios gerais que orientam o exercício da Administração:
Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a
eficiência.
Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar
obediência, responsabilidade é uma consequência natural da autoridade. Ambos
devem estar equilibrados entre si.
Disciplina: depende da
obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos
estabelecidos.
Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio
da autoridade única.
Unidade de direção: uma cabeça é um plano para cada grupo de atividades que tenham o mesmo
objetivo.
Subordinação de interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos
interesses particulares.
Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a
organização em termos de retribuição.
Centralização: refere-se
a concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.
Cadeia escalar: é
a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. É o princípio
de comando.
Ordem: um lugar para cada coisa e
cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
Equidade: amabilidade
e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
Estabilidade e duração (num cargo) do pessoal: a rotação tem um impacto negativo sobre a
eficiência da organização. Quanto
mais tempo uma pessoa permanecer num cargo tanto melhor.
Iniciativa: a capacidade de
visualizar um plano e assegurar seu sucesso.
Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a
organização.
Fayol concebeu
a organização empresarial ou institucional em termos de estrutura, considerando
a forma e a disposição das partes que a constituem, além do
inter-relacionamento entre as mesmas.
Neste sentido, se daria ênfase a criação dos órgãos
responsáveis para cada uma das diferentes funções básicas da empresa ou organização,
estabelecendo as condições e os recursos indispensáveis para seu funcionamento,
bem como as bases e regras do inter-relacionamento entre as mesmas, de forma a
alcançar o máximo de eficiência geral na procura e alcance dos objetivos
planejados. Surge, assim, a estrutura orgânica, como marco operativo da gestão
empresarial, institucional, onde departamentos e instancias menores são criados
e tem suas responsabilidades e funções estabelecidas num sentido verticalizado,
a partir da cúpula responsável pela direção geral da entidade.
Em síntese, e de acordo com
o exposto, acreditamos que as maiores contribuições do posicionamento teórico
de Fayol ao campo da ciência administrativa foram, por um lado, a identificação
das principais funções que um ente administrativo seja empresarial, instituição
pública ou de qualquer outro tipo deve cumprir para atingir os resultados pretendidos,
isto é: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar – POCCC, e, por
outro, a concepção estrutural de uma organização com a determinação de jerarquias,
funções e responsabilidades.
Definições e conceitos que,
mesmo com adaptações e mudanças ocorridas através do tempo e dependendo do tipo
de atividade ou negócio, se mantem em muitas das organizações até os dias de
hoje.