sexta-feira, 6 de março de 2015

FAYOL - A SUA CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO

FAYOL

Jules Henri Fayol (1841  1925) é, sem dúvida, depois de Frederick W. Taylor,  o  nome mais importante na construção da base conceitual e teórica que deu à administração o caráter de ciência, disciplina, processo e função essencial para a criação da riqueza através das atividades industrial, empresarial e de negócios.
Fayol, francês, engenheiro de minas, na sua obra Administration Industrielle et Générale – Prévoyance organisation – Comandement, Coordination – Controle, publicada em 1916, criou, na nossa interpretação, o marco de referência para a criação de um modelo básico de organização ou entidade social necessária para o desenvolvimento e realização de qualquer tipo de atividade ou de negócio, orientado para a obtenção já seja de lucro ou objetivos sociais.

As Funções Universais da Administração

Segundo Fayol, são funções universais da Administração:

Previsão: envolve avaliação do futuro e aprovisionamento em função dele. Unidade, continuidade, flexibilidade e previsão são os aspectos principais de um bom plano de ação.
Organização: proporciona todas as coisas e recursos humanos, materiais, financeiros e outros, necessários para o funcionamento da empresa.
Comando: leva a organização a funcionar. Seu objetivo e alcançar o máximo retorno de todas os empregados no interesse dos aspectos globais.
Coordenação: harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu funcionamento e seu sucesso. Ela sincroniza coisas e ações em suas proporções certas e adapta os meios aos fins.
Controle: Consiste na verificação para certificar que todas as coisas acorram em conformidade com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no sentido de retificá-los e prevenir a ocorrência.

As Funções Empresariais

Em outro enfoque, Fayol também identifica as seis funções específicas em que toda atividade empresarial ou institucional deve ser dividida:

Técnicas ou relacionadas com a ciência, o conhecimento e os recursos tecnológicos para a produção e de artigos e serviços
Comerciais, ou relacionadas com as atividades de compra, venda ou permuta de produtos ou serviços
Financeiras, ou relacionadas com a gestão e o manejo do dinheiro
Segurança, ou relacionadas com a proteção dos bens de acordo com padrões estabelecidos
Contáveis, ou relacionadas com controles, inventários, registros, balanços, custos e estatísticas
Administrativas (Gerenciais), relacionadas com a integração, coordenação, controle e orientação das demais funções da empresa englobadas nas outras cinco funções.

Princípios Gerais da Administração

Fayol aponta, ademais, os conceitos que seriam considerados os princípios gerais que orientam o exercício da Administração:

Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.
Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência, responsabilidade é uma consequência natural da autoridade. Ambos devem estar equilibrados entre si.
Disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
Unidade de direção: uma cabeça é um plano para cada grupo de atividades que tenham o mesmo objetivo.
Subordinação de interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.
Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
Centralização: refere-se a concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.
Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. É o princípio de comando.
Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
Equidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
Estabilidade e duração (num cargo) do pessoal: a rotação tem um impacto negativo sobre a eficiência da         organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo tanto melhor.
Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar seu sucesso.
Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização.
Fayol concebeu a organização empresarial ou institucional em termos de estrutura, considerando a forma e a disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre as mesmas.
Neste sentido, se daria ênfase a criação dos órgãos responsáveis para cada uma das diferentes funções básicas da empresa ou organização, estabelecendo as condições e os recursos indispensáveis para seu funcionamento, bem como as bases e regras do inter-relacionamento entre as mesmas, de forma a alcançar o máximo de eficiência geral na procura e alcance dos objetivos planejados. Surge, assim, a estrutura orgânica, como marco operativo da gestão empresarial, institucional, onde departamentos e instancias menores são criados e tem suas responsabilidades e funções estabelecidas num sentido verticalizado, a partir da cúpula responsável pela direção geral da entidade.

Em síntese, e de acordo com o exposto, acreditamos que as maiores contribuições do posicionamento teórico de Fayol ao campo da ciência administrativa foram, por um lado, a identificação das principais funções que um ente administrativo seja empresarial, instituição pública ou de qualquer outro tipo deve cumprir para atingir os resultados pretendidos, isto é: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar – POCCC, e, por outro, a concepção estrutural de uma organização com a determinação de jerarquias, funções e responsabilidades.

Definições e conceitos que, mesmo com adaptações e mudanças ocorridas através do tempo e dependendo do tipo de atividade ou negócio, se mantem em muitas das organizações até os dias de hoje.